terça-feira, 19 de julho de 2011

Renaissance - CARPET OF THE SUN


Come along with me
Down into the world of seeing
Come and you'll be free
Take the time to find the feeling

See everything on it's own
And you'll find you know the way
And you'll know the things you're shown
Owe everything to do the day

See the carpet of the sun
The green grass soft and sweet
Sands upon the shores of time
Of ocean mountains deep
Part of the world that you live in
You are the part that you're giving

Come into the day
Feel the sunshine warmth around you
Sounds from far away
Music of the love that found you

The seed that you plant today
Tomorrow will be a tree
And living goese on this way
It's all part of you and me

- TESTAMENTO DE UM CÃO -

As minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para ti...
Uma coleira mordida numa das extremidades, com falta de dois botões,
uma desajeitada cama de cão e uma tigela de água com uma fenda.
Deixo-te metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada,
que vais encontrar debaixo do frigorífico, um ratinho de borracha sem apito,
que está debaixo do fogão e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas
e sob o soalho da minha cama. Além disso, deixo-te memórias... que, aliás, são muitas.
Deixo-te a memória de dois enormes olhos castanhos, a memória de uma caudinha
curta e espetada, de nariz molhado e de choradeiras atrás da porta.
Deixo-te uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando nas tardes
de inverno eu me apropriava daquele lugar como se fosse meu e me enrolava
como uma bolinha a apanhar sol.
Deixo-te um tapete esfarrapado em frente à tua cadeira favorita, o qual
nunca foi arranjado com o tipo de linha certo, essa é a verdade. 
Mordi-o todinho quando tinha 5 meses, lembras-te?
Deixo-te também a memória da primeira palmada que apanhei e
também todo o meu esquecimento.
Deixo-te um esconderijo que fiz no jardim, debaixo dos arbustos perto
da varanda da frente, onde eu encontrava asilo durante aqueles dias de verão.
Ele, agora deve estar cheio de folhas e, por isso, talvez tenhas
dificuldades em encontrar-me. Sinto muito!
Deixo também, e só para ti, o barulho que eu fazia quando corria sobre
as folhas de Outubro, quando passeávamos pelo bosque.
Deixo ainda a lembrança de momentos pelas manhãs quando saíamos juntos
pela margem do rio e tu me davas aqueles biscoitos de baunilha. 
Recordo-me das tuas risadas, porque eu não conseguia alcançar aquele coelho impertinente.
Deixo-te como herança a minha devoção, a minha simpatia, o meu apoio quando as coisas
não andavam bem, os meus latidos quando levantavas a voz aborrecido... 
e a minha frustração por ralhares comigo todas as vezes que eu
colocava o nariz debaixo da cauda.
Eu nunca fui à Igreja e nunca escutei um sermão, no entanto, mesmo sem ter falado
sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo-te um exemplo de paciência,
de amor, de dedicação e compreensão.
A tua vida tem sido muito mais alegre porque eu existi.
(D.A)